Ir a Luang Prabang, na ideia inicial, seria
quase mais para descansar ali a meio da viagem numa pequena vila, que as
descrições tinham como tranquila e acolhedora. Ora, como viemos com as malas já
muito pesadas (só nós para viajarmos com computador e 50 mil objetivas), o
descanso teve que ficar em Portugal. Seis da manhã, lá está o belo do
despertador a fazer barulho.
Destino de hoje: Kuang Si, as cascatas mais
poderosas da zona. E, passeio por passeio, metemo-nos naquilo a que os senhores
das tours chamam de “trekking” e que, basicamente, é andar como se não houvesse
amanhã.
E com “se não houvesse amanhã”, quero dizer
três horas debaixo de sol entre os montes. Queriam, não era? O minibus
deixou-nos numa pequena aldeia afastada de Luang Prabang – Long Lao Village –
e, a partir daí, só me lembro de caminhar, caminhar, caminhar mais um bocado e
não parar por aí.
Mas o que interessa mesmo, para não acharem
que só me queixo, é que a paisagem é maravilhosa e merece todo este “sacrifício”.
Faz-nos sentir muito menos turistas e pensar como o mundo do nosso dia a dia é
pequeno. Todos os dias, aquela imensidão verde vive ali, a ignorar-nos
completamente, a ser incrível. É esgotante e de tirar o fôlego.
Claro que aqui a Cláudia, meia hora
percorrida, já não falava por causa do calor. E o guia cheio de vida lá à
frente. Isso sim, é a verdadeira aventura para mim. Já sei...quem é que me
mandou vir para estes lados, não é? Foi o ambiente, a envolvência, o verde, a
imensidão. E basta para ficar mais fresco.
E os mosquitos? Ui que eu era mais repelente
que pele. Oh Daniel, quero lá saber das cobras e das centopeias, estou aqui,
estou a trincar mosquitos. Depois de um almoço a meio do caminho e de uma
passagem por uma gruta minúscula, já só conseguíamos pensar se estávamos mesmo
a ouvir a água lá ao fundo ou se o cansaço já nos tinha torrado os sentidos.
Quando, finalmente, chegámos a Kuang Si, só
conseguíamos ficar a olhar para a força daquilo. É, de facto, poderoso, quase
uma bênção depois de semelhante percurso (espera, deixa só chegar para o lado
que o chinoca do tripé quer tirar uma foto a ele próprio apesar de viajar com a
família toda). Pés encharcados, água fria para os olhos, estamos bem.
Nós e os milhentos turistas. Ah vocês vieram
todos de carrinho até aqui? Assim é fácil, obrigadinha. Que belo espaço criado
para os Tarzans darem mergulhos para a água. Haja felicidade, que a paisagem
serve para isso mesmo.
E é com os pés a chapinhar nas sapatilhas que
voltamos a Luang Prabang para aproveitar o pôr do sol, jantar e, surpresa das
surpresas, dar uma volta pelo Mercado Noturno. Mercados para estes lados? Não
acredito!
É quando chegamos a esta vila ao final da tarde, com a luz que envolve as casinhas brancas, a serenidade das boas sensações, o viver devagar e de sorriso no rosto que pensamos: “podíamos viver aqui”. Podia ser aqui que chegávamos sempre no fim.
Recordações boas!!
ResponderExcluirTambem podia viver ai!!!
Acredito! É mesmo um sítio incrível!
Excluirespectacular roteiro...um sonho! Quantos euros terei de ter para realizar este sonho? desculpa a pergunta, mas era só para ter uma noção. abraço
ResponderExcluirPara o próximo mês já terei as contas certas e posso mandar o programa e os custos ;)
ExcluirOra aí está um lugar ao qual tenho de voltar. Estive em Luang Prabang em 2004 e desde então o Laos ficou-me no coração - hei-de voltar. Parabéns pelas fotos e continuação de boas aventuras.
ResponderExcluirMuito obrigado Filipe. É um sítio incrível! Também espero lá voltar.
ExcluirOlá, vou viajar para o Vietnam e Laos no fibnal de Novembro. Gostaria de saber onde ficaram em Luang Prabang? Sei que o centro da cidade é muito pequena por isso pergunto se vale a pena ficar no centro ou mais longe ;) Obrigada e boa viagem!
ResponderExcluirOlá Rita, nós ficamos na Salaphet Guesthouse, Luang Prabang. É muito porreiro. É na rua principal pouco depois do Museu. Vais gostar ;)
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