A viagem até à Tailândia, além de escala em
Madrid, passou também pelo Dubai, o célebre Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Escolhemos assim porque tínhamos algumas horas para conhecer a cidade, antes de
partir para Bangkok.
O aeroporto tem, claro, o belo do ar
condicionado – esse aldrabão – que inibiu qualquer certeza de ter chegado a uma
cidade que nos dizia estar com uns belos 39ºC. Pfff...esta malta da
meteorologia está sempre a exagerar.
Apanhámos o metro dentro do aeroporto porque
queríamos ver o famoso “maior edifício do mundo” (90% das pessoas devem ir lá
só por causa disso). Corredores intermináveis, quilómetros de passadeiras
rolantes e um shopping lá para o meio
depois lá conseguimos respirar o ar do Dubai.
Proibi-me de dizer asneiras no blogue, mas
juro que era a minha vontade: foi só pôr o nariz fora da porta e sentir uma
película aderente que acabou de envolver um frango assado no forno a 40 graus!
Mas o que é isto?!
O calor arrasador e a luz – muito, muito
clara – nem me deixaram perceber o que se estava a passar: dei meia volta e
procurei uma sombra (que fazia uma diferença mínima...). Quando me habituei
(alguma vez?), já o Daniel andava a juntar-se às dezenas de turistas e a experimentar
centenas de ângulos diferentes para que o raio do edifício, o Burj Khalifa, e
os seus 828 metros coubessem nas fotografias. Ui, boa sorte.
Não é propriamente espetacular, o que não
falta no Dubai são edifícios enormes. E ainda por cima tem um espetáculo de
água foleiro. A verdade é que o Dubai parece um filme americano, daqueles onde
os realizadores fazem dos árabes um inimigo subestimado, capaz dos planos mais
bem preparados para dominar o mundo, com recurso a alta tecnologia e uma fé
extremista. Dá para fazer umas belas de umas histórias ali.
Mas também dá a sensação de que nunca há de
estar terminado: são obras e mais obras, andaimes, ruas cortadas, gruas e um
sem número de trabalhadores entre as máquinas a dividir espaço com os enormes
outdoors a anunciar a chegada de mais uma marca gigantesca ou mais um edifício
com a melhor vista da cidade. E, como dizia alguém, o resto é paisagem: o Dubai
é aquele centro financeiro-comercial e dos subúrbios não há de rezar a história
(quanto tempo até ser engolido por tamanhas excentricidades?).
Vamos voltar lá na viagem de regresso a casa,
mas desta vez à noite para fazer mais fotografias. À noite porque não sei se já
falei do calor nesta terra...Já? Pronto. É que de dia não me vêem lá mais (se
eu apanho quem teve o raio da ideia de que era interessante fazer uma escala
grande no Dubai para conhecer a cidade...).
E não achámos propriamente cara. Além de
pequeno-almoço, almoço e lanche, pagámos 16 dhirams (pouco mais de três euros) cada
um por um bilhete de metro que nos permitia entrar e sair as vezes que
quiséssemos até ao fim do dia (até fomos numa carruagem só para pessoas com o
Golden Pass e o revisor não os expulsou) e a vista do 124º andar do Burjh
Khalifa custava mais ou menos 30 euros (sim, é muito dinheiro, mas vá, é “o
maior edifício do mundo”). Não fomos porque a única tour que ainda não tinha
esgotado era tarde para nós. Só por isso! Nem é pelas vertigens do Daniel.
De volta ao aeroporto era “o nosso reino por
um sofá”. O Daniel ainda dormiu umas duas, três horinhas e nem o som das rezas
a ecoar dos altifalantes por todo o aeroporto o despertou.
Ah, e à saída, o rapaz da imigração ainda tem a lata
de dizer que aquele clima agora é que estava bom. Hein? Bom? Sim, até ao mês
passado eram 45ºC. Quantos?! Mas alguém raciocina com essa temperatura? Eu
disse que não ia dizer asneiras, eu disse...
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