terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vietnam – Hoi An

Que dizia eu sobre o comboio alternativo não ser assim tão mau? Acho melhor deixar de dizer que as viagens são muito más porque elas têm tendência é para piorar. E desta vez o Daniel ficou ainda mais irritado do que eu (para não dizerem que eu é me queixo das coisas).



 Fomos numa cabine com quatro camas e ar condicionado, que finalmente estava no ponto certo. Cruzámos os dedos para que não viesse para lá mais ninguém e conseguimos. Só a cama é que parecia um bocado dura, mas isso era o menor dos nossos problemas. Com o cansaço, eu acho que dormia em qualquer lado.



 Mas foi só o comboio começar a andar os primeiros dois minutos para nós ficarmos a olhar um para o outro com cara de pânico. Mas vamos para Hoi An de comboio ou de montanha russa? Já andei em montanhas russas muito mais pacíficas do que a loucura de abano daquele comboio. Credo!

Prognóstico: não vamos dormir nadinha e ainda vamos sair daqui com um galo na cabeça ou uma costela partida. Segurem-se! Para ajudar à festa, a meio da noite uma homem e uma mulher da tripulação vieram descansar para a nossa cabine. Tudo bem, não fosse a bela da música (o gosto musical desta gente é pior que o do Daniel!) que gritava histérica do telemóvel dela. Contei para aí até 100 até me sair um raivoso “Excuse me...!”. Pelo amor da santa...






A nossa paciência estava formatada para aguentar as supostas 17 horas de viagem (oh meu deus!), de preferência a dormir, mas não todas estas contrariedades, a que se junta o atraso que nunca falta neste país. Resumindo: 19 horas infernais a ser sacudidos dentro de um comboio. Chegámos a Hoi An, como adivinham, super frescos e contentes da vida.






Mas tínhamos chegado e, naquele momento, era só nisso que queríamos pensar. Partilhámos um táxi com uns holandeses igualmente sobreviventes e lá chegámos ao hotel diretos para o banho.

Como sabíamos que Hoi An era super pequeno, reservámos apenas esse dia para passar na cidade. Era um bom sítio para descansar a meio da viagem. Para ir até à praia, alugámos uma moto por 4 dólares/dia e foi o melhor que fizemos. Divertimo-nos, conduzi uma mota pela primeira vez no país onde elas mais abundam, buzinei a tudo e a todos só para eles verem como é bonito e ainda conseguimos ver um bocado de tudo.




O tempo estava muito nublado e com vento por causa do Tufão Nari, que havia de chegar àquela zona nas próximas horas. Só percebemos que a coisa podia ser de grande dimensão quando chegámos à praia e vimos que os habitantes estavam a desmontar os equipamentos: espreguiçadeiras, guarda-sóis, mesas, barcos, tudo para um local seguro. A menina do bar disse mesmo que ia ser um dos fortes, afinal já tinha morto umas quantas pessoas nas Filipinas.




Mas turista que é turista, não se intimida e deixa-se ficar pela praia como se estivesse a apanhar grande sol... gostava de saber se continuaram impávidos e serenos quando tiveram que ser evacuados dos hotéis mais próximos do mar. Nós, feliz ou infelizmente (porque as fotos haviam de ficar altamente), íamos embora logo na manhã seguinte.


Depois uma volta de mota pelas ruas ao final da tarde, pelo menos até ficarmos sem gasolina e deixarmos a mota lá perdida, jantámos e fomos ao “centro”. Ou “à baixa”, se preferirem. E ficámos encantados com o que vimos: uma cidade iluminada por centenas de candeeiros de várias cores, pendurados pelas ruas, nas lojas, restaurantes e mesmo nas árvores para dar um efeito colorido ao ambiente de festa. Bem pensado, agradável e bonito de se ver numa saída à noite para a "Happy Hour". Dá vontade de trazer meia dúzia de candeeiros para casa para ter este efeito na sala.









Por todos os motivos e mais alguns, pela tranquilidade, simpatia e beleza do sítio, Hoi An merece a passagem e a estadia aquando de uma viagem ao Vietnam. Principalmente se vier no seguimento de uma viagem de comboio como a que fizemos. Pela vossa saúde e paz de espírito, vão a Hoi An. E tragam um casaco para mim na mala!





 Ah, problema, só mesmo a Internet no hotel que deixava muito a desejar. Quer dizer, a Internet não, apenas o Facebook. Por isso imaginem a nossa figura (eu já de pijama) a vir cá para fora com as ruas já desertas tentar apanhar a Internet do café para publicar o último post. Filosofia de viajante: aqui ninguém nos conhece.


No dia seguinte, de manhã, saímos de Hoi An para o aeroporto debaixo de uma chuvada enorme. O Nari está mesmo a chegar e vem com força. Só esperamos que o voo não seja cancelado por causa disso. Adeus, Hoi An, nice to meet you!

5 comentários:

  1. Fotografias lindíssimas. Que tal um livro com esta aventura?

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  2. Adoro as fotos! Sem dúvida o sítio mais bonito do Vietname, Hoian, para mim :) acabei por ficar 4 dias lá!

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  3. Fotos fantásticas! Que máquina usas?

    http://mochileta.blogspot.pt/2015/01/hoi-an.html

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