Que dizia eu sobre o comboio alternativo não
ser assim tão mau? Acho melhor deixar de dizer que as viagens são muito más
porque elas têm tendência é para piorar. E desta vez o Daniel ficou ainda mais
irritado do que eu (para não dizerem que eu é me queixo das coisas).
Prognóstico: não vamos dormir nadinha e ainda
vamos sair daqui com um galo na cabeça ou uma costela partida. Segurem-se! Para
ajudar à festa, a meio da noite uma homem e uma mulher da tripulação vieram
descansar para a nossa cabine. Tudo bem, não fosse a bela da música (o gosto
musical desta gente é pior que o do Daniel!) que gritava histérica do telemóvel
dela. Contei para aí até 100 até me sair um raivoso “Excuse me...!”. Pelo amor
da santa...
A nossa paciência estava formatada para aguentar
as supostas 17 horas de viagem (oh meu deus!), de preferência a dormir, mas não
todas estas contrariedades, a que se junta o atraso que nunca falta neste país.
Resumindo: 19 horas infernais a ser sacudidos dentro de um comboio. Chegámos a
Hoi An, como adivinham, super frescos e contentes da vida.
Mas tínhamos chegado e, naquele momento, era
só nisso que queríamos pensar. Partilhámos um táxi com uns holandeses igualmente
sobreviventes e lá chegámos ao hotel diretos para o banho.
Como sabíamos que Hoi An era super pequeno,
reservámos apenas esse dia para passar na cidade. Era um bom sítio para
descansar a meio da viagem. Para ir até à praia, alugámos uma moto por 4
dólares/dia e foi o melhor que fizemos. Divertimo-nos, conduzi uma mota pela
primeira vez no país onde elas mais abundam, buzinei a tudo e a todos só para eles verem como é bonito e ainda conseguimos ver um bocado
de tudo.
O tempo estava muito nublado e com vento por
causa do Tufão Nari, que havia de chegar àquela zona nas próximas horas. Só
percebemos que a coisa podia ser de grande dimensão quando chegámos à praia e
vimos que os habitantes estavam a desmontar os equipamentos: espreguiçadeiras,
guarda-sóis, mesas, barcos, tudo para um local seguro. A menina do bar disse
mesmo que ia ser um dos fortes, afinal já tinha morto umas quantas pessoas nas Filipinas.
Mas turista que é turista, não se intimida e
deixa-se ficar pela praia como se estivesse a apanhar grande sol... gostava de
saber se continuaram impávidos e serenos quando tiveram que ser evacuados dos
hotéis mais próximos do mar. Nós, feliz ou infelizmente (porque as fotos haviam
de ficar altamente), íamos embora logo na manhã seguinte.
Depois uma volta de mota pelas ruas
ao final da tarde, pelo menos até ficarmos sem gasolina e deixarmos a mota lá
perdida, jantámos e fomos ao “centro”. Ou “à baixa”, se preferirem. E ficámos
encantados com o que vimos: uma cidade iluminada por centenas de candeeiros de
várias cores, pendurados pelas ruas, nas lojas, restaurantes e mesmo nas
árvores para dar um efeito colorido ao ambiente de festa. Bem pensado,
agradável e bonito de se ver numa saída à noite para a "Happy Hour". Dá vontade de trazer meia dúzia de candeeiros
para casa para ter este efeito na sala.
Por todos os motivos e mais alguns, pela
tranquilidade, simpatia e beleza do sítio, Hoi An merece a passagem e a estadia
aquando de uma viagem ao Vietnam. Principalmente se vier no seguimento de uma
viagem de comboio como a que fizemos. Pela vossa saúde e paz de espírito, vão a
Hoi An. E tragam um casaco para mim na mala!
No dia seguinte, de manhã, saímos de Hoi An
para o aeroporto debaixo de uma chuvada enorme. O Nari está mesmo a chegar e
vem com força. Só esperamos que o voo não seja cancelado por causa disso.
Adeus, Hoi An, nice to meet you!
Espetacular!!!
ResponderExcluirFotografias lindíssimas. Que tal um livro com esta aventura?
ResponderExcluirGenial
ResponderExcluirAdoro as fotos! Sem dúvida o sítio mais bonito do Vietname, Hoian, para mim :) acabei por ficar 4 dias lá!
ResponderExcluirFotos fantásticas! Que máquina usas?
ResponderExcluirhttp://mochileta.blogspot.pt/2015/01/hoi-an.html