sábado, 9 de novembro de 2013

Marrakech

Começou o ritual destes dias de viagem: o despertador a tocar sempre antes das seis da manhã. Diz que quem corre por gosto não cansa, por isso, siga sem mariquices ou preguiças que há muitas horas de viagem até Marrakech...umas belas 10 horinhas.

Não há música para acompanhar a condução, mas há pessoas que sabem bem animar as coisas e nós temos uns belíssimos companheiros nestas horas que, de intermináveis, passam a ser divertidíssimas. Não têm faltado gargalhadas e, incrível, horas de sono que é uma beleza.

Afinal, a culpa era das estradas na Indochina, já que em Marrocos há estradas em perfeitas condições para todo o lado. E que não se menospreze o país que isto é grande como tudo.

Chegámos a Marrakech a tempo de montar as tendas e ir à cidade ainda de dia, apesar de não estar o tempo perfeito para o pôr-do-sol. E depois, estacionar nesta cidade é outro filme.


Confesso que não foi sítio que me apaixonasse propriamente. Também não houve tempo nem passeio para isso, mas é como toda a gente diz: Marrocos é Europa. Europa com cores de África, mas Europa por todos os lados: nas vestes, nas marcas, nos carros, nos souvenires, nas atitudes. Só a lábia é que os deve tornar diferentes.

Não andámos às compras, fomos só mesmo dar uma volta pela praça central e pelo mercado, por isso, o Daniel ficou um bocado triste por não poder pôr em prática os seus dotes de regateio.








 O lugar até tem a sua mística e vemos coisas únicas à venda como as especiarias, o calçado, os aperitivos, os produtos naturais, bichos estranhos, mas depois de três semanas a ver mercados, acaba por parecer tudo a mesma coisa. Além disso, as ruelas estavam a rebentar pelas costuras e o calor começou a abafar demais para as nossas forças. Viemos embora e, na cabeça, ficam os espetáculos ambulantes de variedades, a dança do ventre, as personagens e as cores.










O final da noite trouxe um jantar aldrabado até mais não na praça, com o dono do restaurante já a querer fulminar-nos com os olhos por nos estarmos a queixar das entradas que nos serviram camufladas com o nome de “mix de pratos”. Comemos pão e é se não queremos ficar com fome. Mas também não saímos de lá sem o regateio no belo do português para eles verem como é chato não perceber nadinha do que os outros dizem.






Quando já estávamos a vir embora, eu e o Daniel reparámos que estávamos a ser seguidos por um gajo que disfarçava mal demais. Juntámos o grupo todo para mostrar que não estávamos sozinhos e o homem lá se perdeu a fazer de conta que queria comprar pistácios a um vendedor logo ali.

Isto é mais uma questão que me fez não gostar lá muito de Marrakech: podem ser lindas, mas nunca vou gostar de cidades onde tenho que andar na rua a desconfiar que toda a gente me pode, possivelmente, assaltar. Mas pronto, mesmo assim, percebe-se a obrigatoriedade turística da passagem.


Na volta para o parque de campismo, vimos uma noite de Marrakech mais moderna nos bares, nos edifícios, nas pessoas. Olá de novo, Europa.

2 comentários:

  1. Ainda bem que não sou a única a pensar estas coisas todas...
    Boa viagem!

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  2. Também fui a Marrakech e adorei! Adorei tudo! As fotos estão boas. O texto mais ainda! Continuação de "boas viagens". Que nós por cá (aquelas que ficam cá e não arriscam) queremos continuar a ler.

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